Entre os povos
bantos da África Central, tambor é ngoma. Não só o instrumento, porém, metonimicamente, a dança e o canto que o tambor põe em ação e, por extensão,
toda a comunidade que se reúne em torno do instrumento para a celebração ritual
e prazerosa. Ngoma atravessou o Atlântico, junto com seus guardiães tornados
escravos, malungos do Congo-Angola e das terras de Nagô e Jêje. “Chora ngoma, ê
Angola”, canta hoje o velho capitão de Moçambique numa festa do Rosário em
Minas, lembrando a dolorosa travessia do Atlântico. E no Brasil a ngoma, comunidade
do tambor, cria elos firmes entre o passado e o presente da gente
afro-brasileira, os viventes e os antepassados, a Senhora do Rosário e Mãe
Iemanjá...ngoma aqui reinventada de corpo, alma, beleza e mistérios.
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