Fonte Figura: http://www.festejo.art.br/historico/
sexta-feira, 10 de setembro de 2021
quinta-feira, 9 de setembro de 2021
A Memória Social do campo da cultura popular: A comunidade de cirandeiros de Tarituba (Paraty/RJ)
Para acessar a tese na íntegra:
http://www.memoriasocial.pro.br/documentos/Teses/Tese83.pdf
O feitio da canoa caiçara de um só tronco: a cultura imaterial de uma nação, em 25 linhas
https://nupaub.fflch.usp.br/sites/nupaub.fflch.usp.br/files/DOSSI%C3%8A%20IPHAN%20V14.pdf
Comunidades do Tambor
O Negro e o Garimpo em Minas Gerais
Fundamentado em pesquisa de cantigas africanas outrora ouvidas nos serviços de mineração, Aires da Mata Machado Filho realiza um estudo sobre as contribuições do negro à cultura brasileira.
terça-feira, 6 de julho de 2021
A bandeira e a máscara: estudo sobre a circulação de objetos rituais nas Folia de Reis
Esta tese aborda o lugar que certos objetos ocupam em sistemas de trocas de natureza ritual. Adotando os objetos materiais como ponto de vista para observar essas relações, enfatiza-se o modo como eles estabelecem mediações entre domínios sociais e cosmológicos diversos, desencadeando transformações sociais e simbólicas. O foco da descrição e análise é a circulação da bandeira e da máscara no contexto social e ritual das folias de reis, empreendimento festivo que ocorre em grande parte do território brasileiro. Trata-se de grupos de cantores e instrumentistas que realizam anualmente visitas rituais às casas de devotos, distribuindo bênçãos em troca de donativos destinados à festa dedicada aos Reis Magos. Etnograficamente, a bandeira e a máscara se insinuam enquanto símbolos dominantes, apresentando-se de forma complementar e produzindo reflexos no plano das ações sociais e rituais. Procura-se mostrar como esses objetos, ligados entre si pelas pessoas que coletivamente os manipulam, materializam vínculos fundamentais, pondo o sistema em movimento e permitindo a emergência de novas idéias e sentidos. Acompanha-se o deslocamento das folias de reis por contextos multiculturais, quando os objetos passam, então, a ser vistos a partir de “enquadramentos” particulares, ganhando novos significados.
Para acessar a dissertação na íntegra:
http://www.proibidao.org/wp-content/uploads/2011/12/Daniel-Bitter_A-Bandeira-e-a-Mascara.pdf
Giro das saias: o embrionário empoderamento feminino na manifestação artística e cultural da Folia de Reis
Para acessa a tese na íntegra:
https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/12095/2/andiarabarbosaneder.pdf
As Folias de Reis: uma leitura da cultura mineira mediada pela comunicação
Livro narra violento fim do Arraial do Curral del Rei e criação de BH
Em Arraial do Curral Del Rei – A desmemória dos bois, 34º título da coleção BH. A cidade de cada um, da Conceito Editorial, Adriane Garcia aborda o encantamento com a linda cidade que nasce e, ao mesmo tempo, que se choca com o desencantamento da promessa não cumprida dos benefícios do progresso. Excludente, este chega para poucos. "O projeto de Aarão Reis se constrói como se aqui fosse tábula rasa. É violento, não considera aqueles que viviam no local, dispensa o registro de sua memória. Trata-se da planta de uma cidade ideal, desenhada, e não só os habitantes, mas também a natureza, os rios, as paisagens, vão ter de se submeter", afirma Adriane Garcia, escritora e historiadora.
Eram excelentes
as condições oferecidas pelo Arraial do Curral del Rei para
que ali fosse implantada a primeira cidade planejada da República: o lugar registrado
nos livros de história para a fundação de Belo Horizonte estimula a
imaginação do idílico. Agradável era o clima; cortadas por rios e córregos,
belas eram as paisagens entre as serras do Curral e de Contagem, da Piedade e
Vale do Paraopeba. Aqui, a 100 quilômetros da então capital, Ouro Preto, o
engenheiro Aarão Reis arrancaria de sua prancheta, inspirado no modelo das mais
modernas cidades do mundo, Paris e Wa- shington, os traçados das avenidas em
diagonal.
Era o
progresso, o triunfo republicano. "Belo Horizonte foi construída para ser
o marco zero. E isso não é verdade, pois quando foi colocada nesse lugar
existia aqui uma gente, uma história, desde o século 18. E a essa gente desse
arraial, que se chama do Curral del Rei, não é dada nenhuma escolha. São
despejados. E, obviamente, com a indenização que recebem, não conseguem
adquirir terras na nova capital. O sonhado progresso não chega para essa
população", afirma Adriane Garcia.
O arraial em 1897 tinha cerca de 2,6 mil habitantes, segundo registro do padre Francisco Martins Dias, autor da obra Descriptivos de Bello Horizonte, lançado em julho de 1897, cinco meses antes da inauguração da nova capital.
E é reconstituindo o contexto histórico da fundação da capital mineira, que Adriane Garcia tece em versos a teia de personagens ficcionais que habitavam aquele lugar, sobre os quais não restou memória. "O arraial, ao final do século 19, não era um lugar idílico. Era um lugar de muitos pretos, pardos e pobres, de divisão de classes, pessoas que se sentavam por grupos na igreja, conforme a sua posse", afirma Adriane Garcia. Ela observa que 25 anos antes da construção da capital, no censo de 1872, fica demonstrado que pretos e pardos constituíam dois terços da população local.
Sinais de resistência no Arraial
"Pelos registros históricos, a impressão que fica é que quando construíram a capital disseram para as pessoas: vocês têm de sair. E elas foram. Mas houve resistência", diz a autora, que num mosaico de fragmentos encontra inúmeras pistas. Na Revista do Arquivo Público Mineiro, por exemplo, ela pinça a história do jornalista europeu Alfredo Camarate, que, tendo procurado no arraial os serviços de um alfaiate para que lhe fizesse umas calças, dele ouviu a recusa do serviço, com a gentil indicação de outro profissional, que seria "melhor e mais barato".
Adriane afirma: "O jornalista achou que tal fôra por tacanhice. Mas eu aposto em resistência: não quis prestar o serviço àqueles que chegavam para desalojá-los". Sobre o episódio, assim escreveu Alfredo Camarate: "E fui-me cismando... na balança da minha consciência, os novos bens que trará a este povo a conquista vertiginosa dos progressos do século e as antigas virtudes patriarcais deste povo, que irão esvaindo nas fórmulas positivas e interesseiras dos povos ultracivilizados. Filósofos e moralistas dirão, uns, que Belo Horizonte ganha, outros, que Belo Horizonte perde!"
Sobre a reação dos antigos moradores do Arraial do Curral del Rei face à ameaça do despejo, de fato, não há registro. Nas entrelinhas dos textos da época, a autora garimpa histórias e as transforma em versos, ao estilo de Cecília Meireles, em Romanceiro da Inconfidência:
Serra do Curral
Por enquanto, temos nosso belo horizonte em grande parte preservado. Para mantê-lo em definitivo, é preciso cultivar a paixão. Para adquiri-la, basta olhar de sua janela a Serra do Curral ao entardecer. De qualquer ponto da cidade, lá está ela, rubra, em brasa, linda. Mais que o ferro, a beleza é sua maior riqueza.
Arte naif: Plantio de Reserva Ambiental em torno de um lago
Obra: Plantio de Reserva Ambiental em torno de um lago
Fonte Figura: https://enzoferrara75.wixsite.com/olhosnaifs/encontro-nacional-de-arte-naif-2019
Arte naif: Indo trabalhar
Obra: Indo trabalhar
Fonte Figura: https://enzoferrara75.wixsite.com/olhosnaifs/encontro-nacional-de-arte-naif-2019
Arte naif: A pracinha da Igreja
Obra: A pracinha da Igreja
Fonte Figura: https://enzoferrara75.wixsite.com/olhosnaifs/encontro-nacional-de-arte-naif-2019
Missão Mário de Andrade: uma viagem pela cultura popular
Lendas e contos populares do Paraná
Quem vai podar o homem dos sonhos, das suas ilusões, da imaginação fértil e livre que constrói os básicos sentidos para o mundo e a vida. Isso, até hoje, não pode, e não deve ser contido. Os símbolos e a linguagem (outro símbolo) planam soltos. Vêm, de onde ninguém sabe. E são eles
que identificam
uma sociedade, um povo, dando-lhe uma identidade singular, onde quer que ele
esteja. Os mitos e as lendas são fenômenos da psique, dos dados individuais e
coletivos,
da trajetória
épica, trágica ou cômica, dos seres humanos. Através dos mitos e das lendas
pode-se penetrar nos meandros psicológicos dos homens, investigar seus desejos
e suas leituras da terra e de si mesmos; o que é, num certo sentido, conhecer a
própria história.
Para acessar o livro on line: https://docplayer.com.br/211821-Lendas-e-contos-populares-do-parana.html
Contos gauchescos e lendas do Sul
Esta edição de Contos gauchescos e Lendas do Sul é uma oportunidade única de leitura de um grande clássico da literatura brasileira. A obra máxima de João Simões Lopes Neto (1865-1916) se baseia na experiência direta no mundo campeiro gaúcho, da fazenda de criação de gado, assim como da tradição guerreira da fronteira do Brasil com os países do Prata. Forjando personagens impressionantes e criando cenas de intensa força, resultado do confronto entre os sentimentos mais humanos como o amor, a sobrevivência, a luta pela domesticação da natureza, Simões Lopes Neto universaliza sua literatura ao abordar temáticas caras a autores contemporâneos seus, tais como Monteiro Lobato no Brasil, Horacio Quiroga no Uruguai, além de Joseph Conrad e Rudyard Kipling, ambos pertencendo ao universo inglês.
Histórias, contos, lendas e tradições das comunidades ribeirinhas do rio São Francisco
Para acessar o artigo na íntegra: https://revistas.unifacs.br/index.php/rde/article/download/1245/988
Estórias fantásticas do rio São Francisco
Brasil Interior – Palestras populares – folk-lore das margens do S. Francisco, 1912, de Manoel Ambrosio, provoca uma dessas experiências curiosas. Passeando entre as prateleiras da Coleção Mineiriana, da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, o livro se destaca pelo subtítulo: Palestras populares – folk-lore das margens do S. Francisco. É a sua arma de sedução imediata. A data, o lugar e o tema incitam a curiosidade que provoca o jogo do desfrute: mas o que diziam essas pessoas naquela época? Será que dizem ainda hoje?
Para acessar o artigo sobre o livro: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/acervo/rapm_pdf/Estorias_fantasticas_do_rio_Sao_Francisco.PDF
Nas entranhas do Bumba meu boi
Causos e lendas de Ouro Preto: um passeio pelas memórias da cidade
E elas não apenas fazem parte do imaginário popular como aguçam a curiosidade de visitantes. Neste artigo, você irá conhecer um pouco sobre as principais lendas de Ouro Preto e onde pode vivenciar um pouco da cultura oral da cidade mineira.
Importante salientar que nenhuma destas histórias precisam de justificativas ou confirmações. Por isso, são envolvidas em um misto de realidade e ficção, tão comum na memória do povo ouro-pretano.
Para conhecer a história da cidade e as as atrações turísticas, como museus e igrejas, leia nosso texto sobre o que fazer em Ouro Preto.
Lendas e causos como resgate cultural em Ouro Preto
“Ouro Preto é um lugar além do túnel do tempo”. Assim se inicia o livro da historiadora Ângela Xavier, que em 2009 documentou os principais causos da cidade. Com o nome de “Tesouros, fantasmas e lendas de Ouro Preto”, Ângela mapeou os principais lugares da antiga Vila Rica e deu nome ao folclore que permeia os mais de 300 anos de sua fundação.
Como um resgate histórico da tradição oral ouro-pretana, o livro permeia desde o surgimento do vilarejo até mesmo a famosa história do Conto do Vigário. Abaixo, separamos algumas que você merece conhecer.
Quem conhece Ouro Preto, pode se perguntar por onde os bandeirantes vindos de São Paulo teriam chegado à cidade. Ainda que a maior parte de visitação esteja nos arredores do Museu da Inconfidência, a história mostra que o nascimento de Vila Rica dista da Praça Tiradentes.
Isso porque na manhã de 24 de junho de 1697, o majestoso pico do Itacolomi surgiu à frente da expedição no dia de São João. E em sua homenagem, ali se construiu a primeira Capela do povoado, próximo à entrada do Parque das Andorinhas.
Para conhecer o local onde Ouro Preto nasceu, é necessário o acesso por outros 3 bairros, além de ser o único ponto de visitação naquelas proximidades.
Galanga: De rei a escravo, de escravo a rei
Conta a história oral que Galanga Muzinga era rei em uma tribo do Congo e foi aprisionado, juntamente com sua família. Em outras palavras: deixou seu reinado em um país distante da África para se tornar escravo em Ouro Preto. Naquela época, aos homens escravos se davam o nome de Francisco. Às mulheres, Maria.
Devido o peso de seu navio, decidiram arremessar todas as mulheres ao mar. Entre elas, a rainha Djalô e a princesa Itúlu, por serem “mercadorias” de menor valor.
Galanga foi comprado pelo Major Augusto no Rio de Janeiro e trazido para Minas Gerais. Além disso, após anos de trabalho, juntamente com o filho, conseguiu a própria alforria a pedido do padre Figueiredo, de quem se tornara amigo.
Ao saber que seu ex-patrão estava decadente, propôs a compra da mina do Pitangui, com trabalho dobrado. Dessa forma, aos 37 anos, conseguiu comprar a alforria de seu filho Muzinga.
E por conhecer muito bem o local, ainda extraiu 23 quilos de ouro de uma mina praticamente falida. E com isso, comprou a alforria de outros 37 amigos e súditos, transformando a mina em território livre do Congo.
O próximo sonho foi construir uma capela para Santa Efigênia, onde após sua conclusão, os outros alforriados o coroaram rei. E assim, entraria para história como Chico Rei. A festa de sua coroação inaugurou a tradição mineira do Congado.
E o complexo de minas, ainda hoje, estão abertas à visitação no bairro Antônio Dias, enquanto a Igreja pode ser visitada no bairro de mesmo nome, Santa Efigênia.
A estátua de São Jorge e o assassinato do escravo
Dentre as mais diversas obras de Aleijadinho, uma delas guarda uma lenda peculiar e assustadora. No caso, a estátua de São Jorge. Encomendada pelo governador com tamanho um pouco maior que o natural, ela é cheia de histórias.
Primeiramente, porque conta-se que Aleijadinho moldou o rosto de Antônio Romão, chefe de gabinete, que o teria recebido mal. Isso por causa de seus ferimentos e deformações físicas. Na procissão de Corpus Christi, São Jorge sairia em público pela primeira vez. Mas por um susto do cavalo que a conduzia, a estátua tombou e sua lança atravessou o corpo de um escravo.
Por não saberem a quem culpar, culparam a estátua. E para quem deseja vê-la, até hoje se encontra atrás das grades, no atual Museu da Inconfidência.
Vale lembrar que São Jorge, é um santo da Capadócia. Na famosa região da Turquia há igrejas escavadas dentro de rochas. Para conhecer mais sobre essa região, leia nosso texto da Capadócia.
Segundo dados do Iphan, o sino da capela do Padre Faria pesa 380 quilos, sendo 8 quilos de ouro maciço. Contudo, no dia da morte de Tiradentes, todos os toques em Ouro Preto foram proibidos. Isso porque a um traidor não cabia qualquer tipo de homenagem.
Porém, conta a história que este sino tocou o dobre de finados naquela data, sem nunca a população saber quem fez tal homenagem.
Lendas e causos da cabeça de Tiradentes em Ouro Preto
Primeiramente, é importante lembrar que, segundo a história, Tiradentes foi enforcado e seu corpo espalhado em lugares distintos. O motivo, segundo a Corte Portuguesa, era para que servisse de lição a outros possíveis traidores do império.
A cabeça – considerada o troféu maior dos assassinos, foi salgada, e colocada em uma gaiola no alto de uma estaca. A intenção era que ali ficasse, na futura Praça Tiradentes, até que se consumisse.
Contudo, a lenda conta que a cabeça sumiu apenas um dia após sua colocação, criando causos sobre seu paradeiro. Alguns dizem que foi embalsamada e enterrada em local desconhecido.
Outros, que ela teria sido roubada por um monge, que a tirava periodicamente para meditar sobre vida e morte. E numa terceira versão, ela foi levada por uma admiradora, que embriagou o soldado que a vigiava e a furtou.
A verdadeira história nunca se revelou, mas cerca de 200 anos depois, uma réplica – com corpo e tudo – vigia a cidade do alto de seu ponto principal.
O conto do vigário: de lenda à expressão popular
Em quase todo o país, a expressão conto do vigário é utilizada para explicar as trapaças de alguém. Mas poucos sabem que o fato tem origem em um caso conhecido por toda a cidade de Ouro Preto. Aliás, o assunto inclusive tornou-se samba enredo da São Clemente no Carnaval carioca de 2020.
O conto do vigário original teria acontecido no século 18 com duas paróquias que queriam a mesma imagem de Nossa Senhora. São elas: Igreja do Pilar e Igreja de Nossa Senhora da Conceição. As duas, em bairros opostos do centro de Ouro Preto.
Para resolver o impasse, um dos vigários propôs que se colocasse um burro na praça principal. A partir disso, para onde o burro fosse, é onde ficaria a imagem da santa.
Após o burro ir apenas para a Igreja do Pilar, se descobriu que o burro era de propriedade do próprio vigário.
segunda-feira, 5 de julho de 2021
Uma pintura, mil palavras... Encontro de Congadas em São Luís do Paraitinga
Obra: Encontro de Congadas em São Luís do Paraitinga
Fonte Figura: https://enzoferrara75.wixsite.com/olhosnaifs/encontro-nacional-de-arte-naif-2019
Uma pintura, mil palavras... A Congada de Serra
Obra: A Congada de Serra
Fonte Figura: https://enzoferrara75.wixsite.com/olhosnaifs/encontro-nacional-de-arte-naif-2019
Uma pintura, mil palavras... A Paisagem Mineira
Obra: A Paisagem Mineira
Fonte Figura: https://enzoferrara75.wixsite.com/olhosnaifs/encontro-nacional-de-arte-naif-2019
Uma pintura, mil palavras... Oh!Linda - Alto da Sé
Obra: Oh!Linda - Alto da Sé
Uma pintura, mil palavras... Forrozeiros
O Rio Grande do Sul contado em lendas
Lendas Populares do Rio Grande do Sul
Almanaque Brasilidades - Um inventário do Brasil popular
É possível reunir, em um mesmo livro, temas como fé e festas, guerras, comida, música, mitos e encantos de um país tão diverso como o Brasil? O desafio parece ainda mais “assombroso” se considerarmos as pecularidades e nuances de manifestações populares do Oiapoque ao Chuí, com povos e histórias que participam de uma rica e dinâmica miscelânea cultural. Das várias acepções que o conceito de “cultura” tem, a que norteia o Almanaque Brasilidades é aquela que encara a cultura como todo processo humano de criação e recriação das formas de viver; englobando padrões de comportamento, visões de mundo, elaborações de símbolos, crenças e hábitos. Formas de nascer, amar, odiar, matar, morrer, cantar, dançar, orar, praguejar, beber, comer… Dessa maneira, o historiador Luiz Antonio Simas apresenta, em estilo inspirado nos almanaques populares – leve, dinâmico e rico em informações e curiosidades –, as tradições brasileiras que se inscrevem no tempo, mas também que se reinventam e se renovam em suas expressões populares. As festas dos santos católicos, as crenças de origem indígena, a forte herança religiosa afro-brasileira. Dos grandes personagens nacionais, como Rui Barbosa, Marechal Rondon e Gilberto Freyre, aos menos conhecidos, mas não menos encantadores, como a quitandeira Sabina das Laranjas, o tecelão Francisco Carregal, primeiro negro a jogar em um time de futebol no Brasil, e Zé Limeira, o poeta surrealista do cordel. Todos fazem parte de um mesmo universo mágico e popular, onde convivem benzedeiras, rezadeiras, rendeiras, profetas, sambistas e generais, ao lado de mitos e assombrações, como o saci, a onça cabocla, o capelobo e outros elementos que se encontram nas encruzilhadas do país. É, portanto, dos dilemas inventados no tempo, nos cotidianos de campos e cidades, em formas próprias de recriar mundos – entre a fantasia e a História –, que nascem e vivem as brasilidades.