Nada é mais
incisivo como marcador da identidade de um povo do que a cultura em que este
povo mesmo se define. Sem ela, tal identidade simplesmente desaparece,
dissolve-se, deixando ali, como consequência, uma amorfa massa humana. Daí ser
imperativo o reconhecimento, incentivo e preservação da cultura popular de
forma que as gerações futuras sintam-se não só herdeiras, mas também valedoras
de gigantesco e precioso tesouro.
São
elementos constitutivos da cultura popular os ritos, mitos, símbolos, folclore,
todas as crenças, em suma, tudo aquilo que foi criado e conservado por aqueles
que existiram antes nós. É o que forma nossa autoconsciência e o que permite
que nos reconheçamos no lugar e pertença de nosso povo. Ademais, é sempre bom
lembrar que é no ventre dos guetos, nas camadas pobres e interioranas que
brotam as mais duradouras e valorosas manifestações dessa cultura.
As
celebrações e festas populares como o Círio de Nazaré e o festival de Parintins
no Norte; O bumba meu boi, o maracatu, o caboclinho e o frevo no Nordeste; as
cavalhadas, a procissão do fogaréu, o caruru e os deliciosos pratos com os
peixes do Pantanal destacam-se no Centro-Oeste; a Festa do divino, festejos da
Páscoa e dos santos padroeiros, a peregrinação a Aparecida e o carnaval são
marcas do Sudeste; com forte influência dos italianos, espanhóis, portugueses e
alemães, o Sul nos dá a festa da uva (cultura italiana), a oktoberfest (cultura
alemã), o fandango (influência portuguesa e espanhola), o pau de fita e
congada; da culinária sulista, o churrasco e o famoso chimarrão, pirão de
peixe, marreco assado e o bom vinho encerram essa síntese cultural brasileira.
Como se vê,
nossa riqueza material e imaterial é de dimensão oceânica, o que impõe um
incansável exercício de sua defesa e preservação. Todos, exatamente todos
devemos cuidar de tal riqueza, pois é nela que estão resguardados os valores
tão caros a nosso povo. Por outro lado, não bastam políticas públicas para este
fim, é importante entender que a exacerbada valorização da cultura de massa, pautada
no efêmero e no modismo de ocasião promove a nefasta confusão demoníaca, capaz
de sepultar o que é sólido, perene e possuidor de real valor.
Fonte:
https://trendr.com.br/cultura-popular-sua-diversidade-e-import%C3%A2ncia-96446407feec
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