Os mitos brasileiros possuem origem na mitologia dos índios nativos, em conjunto com os mitos
trazidos da Europa pelos portugueses e da África pelos negros.
A mescla de diferentes
culturas permitiram produzir mitos únicos, mas também é possível observar
diversos elementos comuns com mitos de outros povos.
No início do século XIX, as
artes brasileiras estão passando pelo Romantismo e
muitas das lendas brasileiras passam a ser representadas em poemas, livros e
pinturas devido ao movimento nacionalista ocorrido neste período e é neste
momento que o autor Monteiro Lobato publica sua obra infantil, a
coleção do Sítio do Pica-pau Amarelo, na qual são apresentadas algumas das lendas
brasileiras.
ORIGEM INDÍGENA
Boitatá
Foram
encontrados relatos do Boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560, como uma lenda
indígena que descreve uma cobra de fogo de olhos enormes ou flamejantes.
Para os
índios ele é "Mbaê-Tata", ou Coisa de Fogo, e mora no fundo dos rios.
A narrativa varia muito de região para região. Único sobrevivente de um grande
dilúvio que cobriu a terra, o Boitatá escapou entrando num buraco e lá ficando,
no escuro, motivo pelo qual seus olhos cresceram.
Outros dizem
que é a alma de um malvado, que vai incendiando o mato à medida que passa. Por
outro lado, em certos locais ele protege a floresta dos incêndios. Algumas
vezes persegue os viajantes noturnos, ou é visto como um facho cintilante de
fogo correndo de um lado para outro da mata. Tem vários outros nomes: Cumadre
Fulôzinha, Baitatá, Batatá, Bitatá, Batatão e Biatatá.
O Boitatá
pode ser uma explicação mágica para o fogo-fátuo.[1] A
versão que predominou foi a do Rio Grande do Sul. Nessa Região, reza a Lenda
que houve um período de noite sem fim nas Matas.
Além da escuridão, houve uma
enorme enchente causada por chuvas torrenciais. Assustados, os animais correram
para um ponto mais elevado a fim de se protegerem. A Boiguaçu, uma Cobra que
vivia numa gruta escura, acorda com a inundação e, faminta, decide sair em
busca de alimento, com a vantagem de ser o único bicho acostumado a enxergar na
escuridão. Decide comer a parte que mais lhe apetecia, os olhos dos animais e
de tanto comê-los vai ficando toda luminosa, cheia de luz de todos esses olhos.
O seu corpo transforma-se em ajuntadas pupilas rutilantes, bola de chamas,
clarão vivo, Boitatá, Cobra de fogo. Ao mesmo tempo a alimentação farta deixa a
Boiguaçu muito fraca. Ela morre e reaparece nas Matas serpenteando luminosa.
Quem encontra esse ser fantástico nas campinas pode ficar cego, morrer e até
enlouquecer. Assim, para evitar o desastre os Homens acreditam que têm que
ficar parados, sem respirar e de olhos bem fechados. A tentativa de escapar da
Cobra apresenta riscos porque o ente pode imaginar que a fuga é de alguém que
ateou fogo nas Matas. No Rio Grande do Sul, acredita-se que o
"Boitatá" é o protetor das Matas e das campinas. A verdade é que a
ideia de uma cobra luminosa, protetora de campinas e dos campos aparece
frequentemente na Literatura, sobretudo nas narrativas do Rio Grande do Sul.
Cobra-grande ou
Boiuna
A boiuna, ou
cobra-grande, é um mito amazônico de origem ameríndia.
Serpente
lendária da Região Norte, que mora entre as rochas dos rios e lagoas, de onde
sai para afundar barcos. Quando ela sai das rochas, troveja, lança raios e faz
chover. Também pode imitar as formas das embarcações, atraindo náufragos para o
fundo do rio.
Se a chuva é
muito forte e ameaçadora de novo dilúvio, toma a forma de arco-íris e serena as
águas.
Ainda
segundo a lenda, a lua é a cabeça da serpente, as estrelas são os olhos e o
arco-íris é o sangue da cobra-grande.[2]
Curupira
Também
conhecido como Caipora, Caiçara, Caapora, Anhanga ou Pai-do-mato,
todos esses nomes identificam uma entidade da mitologia tupi-guarani, um protetor das
matas e dos animais silvestres.
Representado
por um anão de
cabelos vermelhos e compridos, e com os pés virados para trás, que fazem se
perder aqueles que o perseguem pelos rastros. Monta num porco do mato e castiga
todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos
habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.
Os índios,
para agradá-lo, deixavam oferendas nas clareiras, como penas, esteiras e
cobertores. Também se dizia que uma pessoa deveria levar um rolo de fumo se
fosse entrar na mata, para lhe oferecer caso o encontrasse. Sua presença é
relatada desde os primeiros tempos da colonização.
Conforme a
região ele pode ser uma mulher ou uma criança de uma perna só que anda pulando,
ou um homem gigante montado num porco do mato, tendo como acompanhante o
cachorro Papa-mel.[1]
Macaxeira
Um mito
indígena que tem seu princípio na menina Mara, filha de um cacique, que vivia
sonhando com o amor e um casamento feliz. Certa noite, adormeceu e sonhou com
um jovem loiro e belo que descia da Lua e dizia que a amava.
Mara
apaixonou-se, mas logo o jovem desapareceu de seus sonhos, e embora virgem,
percebeu que esperava um filho. Deu à luz uma graciosa menina, de pele branca e
cabelos loiros, a quem chamou Mandi. Em sua tribo foi adorada como uma
divindade, mas adoeceu e acabou falecendo.
Mara sepultou
a filha em sua oca e,
inconsolável, de joelhos, chorava todos os dias sobre a sepultura, deixando
cair leite de seus seios, para que a filha revivesse. Um dia brotou ali um
arbusto. Cavando a terra, Mara encontrou raízes muito brancas, brancas como
Mandi, que, ao serem raspadas, exalavam um aroma agradável. Todos entenderam
que criança viera à Terra para alimentar seu povo.
Mapinguari
Monstro que
ainda hoje aterroriza os moradores da floresta na região amazônica. Segundo as
descrições o Mapinguari[3] é
uma criatura parecida com um macaco, mais alto que um homem, de pelo escuro,
com grande focinho que lembra o de um cachorro, garras pontiagudas, uma pele de
jacaré, um ou dois olhos e que exala um forte mau cheiro.
Segundo o
índio Domingos Parintintin, líder de uma tribo, ele só pode ser morto com uma
pancada na cabeça. Mas há grande risco, pois a criatura tem o poder de fazer a
vítima ficar tonta e"ver o dia virar noite".
David Oren,
ex-diretor de pesquisa no Museu Paraense Emílio Goeldi, afirma que a
lenda do Mapinguari é uma reminiscência de possíveis contatos de homens
primitivos com as últimas preguiças gigantes que viveram na região.
A
persistência de relatos recentes de avistamento levou a cientistas organizarem
expedições à região[4],
que não resultaram, contudo, em encontro com ou identificação do animal.
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lendas_do_folclore_brasileiro
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