quinta-feira, 31 de maio de 2018

O povo conta... (Parte 3 - Final)



ORIGEM MISTA OU ORIGINAIS NO BRASIL

Boto

Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas.

Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto.

Esta lenda pode ser uma versão sobrevivente do Ipupiara[9] original, que depois se transformou na Iara.


Capelobo

É um monstro com corpo de homem, focinho de anta ou de tamanduá e pés de girafa, que perambula durante as noites, em busca de algum alimento, lá pelas bandas do rio Xingu.

Adora comer as cabeças de cães e gatos recém-nascidos. Também adora beber o sangue de gente e de outros animais, rasgando-lhes a carótida.

Só pode ser morto com um tiro na região do umbigo. É uma espécie de lobisomem indígena.[5]


Iara

Relatada no Brasil desde o século XVI, a lenda da Iara é parte da mitologia universal, sendo uma variante da figura da seria.[10]

No princípio, a Iara se chamava Ipupiara, um homem-peixe que levava pescadores para o fundo do rio, onde os devorava. No século XVIII ocorreu a mudança, e o Ipupiara se tornou a sedutora sereia 

Uiara ou Iara, que enfeitiça os pescadores com sua beleza e canto e os leva para o fundo das águas. Por vezes ela assume a forma humana completa e sai em busca de suas vítimas.


Negrinho do Pastoreio

Lenda afro-cristã de um menino escravo que é espancado pelo dono e largado nu, sangrando, em um formigueiro, por ter perdido um cavalo baio.

No dia seguinte, quando foi ver o estado de sua vítima, o estancieiro tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas, nem fora comido pelas formigas. Ao lado dele, Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos.

O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu com a tropilha.

Depois disso, tropeiros, mascates e carreteiros da região, todos davam notícia de ter visto passar uma tropilha de tordilhos, tocada por um negrinho montado em um cavalo baio. Então, muitos passaram a acender velas e rezar um Pai Nosso pela alma do supliciado.

Daí por diante, quando qualquer cristão perdia uma coisa, o que fosse, pedia-la ao Negrinho, que a campeava e achava, mas só entregava a quem acendesse uma vela, que ele levava para o altar de sua madrinha, a Virgem que o livrara do cativeiro.[11]


Pisadeira

Popular no interior de Minas Gerais e São Paulo, relata uma mulher com aparência assustadora, alta, magra, com dedos e unhas compridas, olhos vermelhos e arregalados, nariz comprido para baixo e queixo grande. Possui algumas vezes cabelos brancos desgranhados.

De acordo com a lenda, a Pisadeira fica em telhados das casas observando a movimentação. Após o jantar, quando alguém vai dormir de barriga cheia, ela sai de seu esconderijo e pisa no peito da pessoa, e a paralisa. A vítima fica consciente e desesperada.[12]


REFERÊNCIAS

1 a b c d e Lendas brasileiras. Brasil Escola
Espinheira, Ariosto. Viagem Através do Brasil, Volume 1, 6a. Edição, Edições Melhoramentos.
Mesquita, Paulo Aníbal G.Mapinguari - Fato ou Mito?. IN Revista Sexto Sentido. 2010-05-06 16:05
4 Cientistas tentam encontrar "monstro da Amazônia". Terra notícias, 07 de julho de 2007- 18h13
5 a b Pericão, Alexandra. Uaná, um curumim entre muitas lendas. São Paulo: Editora do Brasil; 2011; 1ª ed.
6 Lobisomem. Brasil Folclore, 2001
7 Pericão, Alexandra = Uaná, um curumim entre muitas lendas - Editora do Brasil, 2011
8 Folclore Brasileiro - O Bicho papão e a Cuca. Radar da Net, 2011
9 O Boto que vira um rapaz bonito ou Ipupiara. Brasil Folclore, 2011
10 Brandao, Toni (1998). A Iara. [S.l.]: Studio Nobel. p. 16. ISBN 8585445688
11 Lopes Neto, João Simões. O Negrinho do Pastoreio. Disponível em Wikisources
12 Sua Pesquisa. "Lenda da Pisadeira". Consultado em 28 de março de 2015.




Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lendas_do_folclore_brasileiro

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