No Maranhão,
desde os anos 1980, criou-se pelos meios de comunicação de massa o denominativo
música popular maranhense para definir a produção musical dos compositores e
intérpretes maranhenses após o lançamento do LP Bandeira de Aço, gravado por
Papete, em 1978, e lançado pelo selo Discos Marcus Pereira. O disco serviu de
referência para que surgisse um movimento de artes integradas à base da
autenticidade do modo de vida maranhense, condensando-se no esforço estético,
artístico, político e cultural, de musicalidade regional, mas inserida na
proposta de ser uma expressão poético-musical brasileira. Fundamentada em
teóricos como Pierre Bourdieu, Renato Ortiz, Raymond Williams, esta pesquisa
quer compreender de que maneira Bandeira de Aço serviu como símbolo de
identidade cultural regional integrada à ideia de nação, acompanhando o fluxo e
os movimentos em torno da estruturação da música popular brasileira (MPB), no
trânsito entre o nacional-popular e a industrialização do mercado de discos. O
primeiro capítulo aborda a transição das representações sobre identidade
cultural no Maranhão, antes vinculada à tradição e cânones literários, até
chegar às apropriações da cultura popular. O segundo capítulo discute como a
música popular foi utilizada na construção social da ideia de nação brasileira,
por meio do mercado de bens simbólicos e produtos culturais com o advento dos
meios de comunicação de massa até a consolidação da indústria fonográfica na
década de 70. O terceiro capítulo analisa o disco Bandeira de Aço, buscando
compreender as relações de apropriação do material artístico (as canções) em
produto comercial (o disco) e de que maneira ele serviu para estruturar o campo
simbólico denominado de música popular maranhense.
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