quinta-feira, 1 de julho de 2021

Deslocamentos e outras leituras nos contos de Pedro Malasartes

Ilustração de Roberto Negreiros 

Neste trabalho discute-se acerca das identidades do personagem Pedro Malasartes nos contos populares, como símbolo do caipira presente na região Sudeste e também do sertanejo, sob o olhar e boca dos contadores do sertão nordestino. Baseado no quesito de que esse personagem tem identidade múltipla, uma vez que podem ser realizadas diferentes leituras sobre as suas características, é que problematizamos, nesta dissertação, o conceito de hibridismo e de rizoma. Da Península Ibérica, suas histórias viajaram com os colonizadores para o Brasil e outros países, fomentando a multiplicação de vários Malasartes com vieses diferentes. Isso porque o conto popular é um gênero que abre espaço para a reinvenção, como forma de perpetuar o que foi criado e aceito pelo povo. Com o intuito de atingir os objetivos propostos, utilizamos como fundamentação: a teoria do pícaro, elaborada por Cascudo, Guimarães, Nascimento, Burke; o conceito de malandro, segundo Costa e Da Matta; e as identidades de Malasartes, com reflexões de Guimarães. Destacam-se aqui os teóricos que contribuíram com as discussões acerca do homem do campo: Albuquerque e Cândido, bem como Bhabha com pensamentos sobre o estereótipo. Pedro Malasartes é conhecido como o pícaro-malandro, mas também como o anti-herói, que, não aceitando injustiça contra o povo de sua classe, age com esperteza para combater os corruptos antagonistas. Uma vez que representa o camponês numa perspectiva de esperteza, atrai o público leitor, problematiza o conceito de caipira e sertanejo cristalizado nas sociedades brasileiras, e permanece vivo por gerações seguintes, levando riso e crítica para o público interessado.

Para acessar a dissertação na íntegra: 



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