segunda-feira, 11 de julho de 2022

Grande Sertão

“O sertão está em toda parte, o sertão está dentro da gente. Levo o sertão dentro de mim e o mundo no qual vivo é também o sertão.”

Assim definiu Guimarães Rosa naquela que é considerada sua obra-prima, “Grande Sertão: Veredas”. O livro escrito no idioma sertanejo é imerso na cultura do cangaço. Nele o autor percorre rios, matas, casas, comunidades e tradições. Uma história de amor, de amizade e de companheirismo, repleta de dualidades e antagonismos. Uma obra que em toda sua ludicidade e poesia dá conta da concretude deste lugar que nunca deixou o imaginário do escritor: o Sertão e suas veredas. Tal qual um dos principais autores brasileiros, o WWF-Brasil também é apaixonado pelo sertão e busca nos rios, nas matas e na cultura tradicional a inspiração para o trabalho e a força para o desenvolvimento sustentável no Cerrado Brasileiro.


Mas que sertão é esse?

Entre chapadas e vales, com uma vegetação que varia entre formações florestais, campestres e savânicas, o Cerrado ocupa uma vastidão de 2 milhões de km² (¼ do território nacional), se estende por 11 estados brasileiros, e o Distrito Federal, abriga 5% da biodiversidade do mundo e 30% da biodiversidade brasileira.

É entre o norte de Minas Gerais e sudoeste da Bahia que se encontram as veredas e seus buritizais, essa vegetação que representa um verdadeiro oásis no coração do Brasil e que está em parte protegida pelo Parque Nacional Grande Sertão Veredas, assim como outras áreas protegidas. É nesta região também que estão localizadas as cavernas do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu e sob a qual encontra-se o aquífero Urucuia, um dos maiores reservatórios de água subterrânea do país. Em busca de garantir a integridade dessa importante região do Cerrado Brasileiro e toda essa sociobiodiversidade narrada por Guimarães Rosa, foi consolidado o Mosaico de unidades de conservação Sertão Veredas Peruaçu.

“Há veredas grandes e pequenas, compridas e largas. Veredas com uma lagoa; com um brejo ou pântano; com pântanos de onde se formam e vão escoando e crescendo as nascentes dos rios; com brejo grande, sujo, emaranhado de matagal (marimbu); com córrego, ribeirão ou riacho.” (Guimarães Rosa em correspondência com o tradutor italiano Edoardo Bizzarri).


Mosaico Sertão Veredas Peruaçu


O Mosaico Sertão Veredas Peruaçu representa uma área chave para garantir a conservação do Cerrado. São mais de 1 milhão e 600 mil hectares de área protegida, em diferentes modelos de unidades de conservação, de proteção integral e uso sustentável. Inclui também quatro comunidades quilombolas e duas terras indígenas, em 11 municípios no norte de Minas Gerais e sudoeste da Bahia,uma região que reúne paisagens impressionantes e únicas.


Grande Sertão, o filme

Nesta expedição, o WWF-Brasil percorreu, ao longo de cinco dias, mais de dois mil quilômetros e visitou os três núcleos do Mosaico: Chapada Gaúcha, Pandeiros e Peruaçu. Documentamos em imagem e som este lugar do qual as milhões de palavras escritas por Guimarães Rosa tentam dar conta da diversidade e das adversidades. Das formas de expressão cultural às estratégias de sobrevivência desenvolvidas pelo povo sertanejo, mostraremos aqui como são manejadas as terras e a forma de viver desse povo que habita esse lugar desde sempre.

Essa gente de admirável poder de adaptação vem através de gerações aprimorando sua sabedoria em lidar com a terra e hoje desenvolve belíssimas estratégias voltadas aos novos meios de produção e consumo. Com o apoio de diversos parceiros dedicam-se a ações que promovem a conservação e o desenvolvimento sustentável da região. São inúmeras iniciativas comunitárias voltadas para o extrativismo, mas antes disso, são os Joãos, as Marias, os Riobaldos e Diadorins os principais responsáveis pela preservação e manutenção desse ecossistema tão singular. Todos trabalhando com um único objetivo comum: manter as matas e rios, fartos e produtivos, para que possam continuar a viver ali, na mesma terra e da mesma forma que aprenderam com os seus antepassados.


Embarque nessa viagem pelo Cerrado de Guimarães Rosa!


Os personagens dessa viagem


João José Teixeira, mais conhecido por João Grilo, é morador antigo da comunidade quilombola de Buraquinhos, na Chapada Gaúcha (Foto: Pedrinho Fonseca)

João Grilo lamenta com voz firme e dura como sua comunidade vem sendo impactada pelo desmatamento. Buraquinhos fica na base de um cânion que se estende por mais de 30 quilômetros ao longo do rio Pardo, formando um corredor ecológico que liga o Parque Nacional Grande Sertão Veredas ao Parque Estadual Serra das Araras. Esse sertanejo tem o dom da oratória e, como muitos ali, brinca com as palavras para falar de coisas importantes: dos saberes e remédios tradicionais, dos hábitos dos antigos e da perda desses saberes, da mata nativa, de sua destruição, das águas e da seca.

“ O orgulho do homem está acabando com tudo. Enquanto ele está em cima da máquina vendo o Cerrado indo abaixo, para ele está tranquilo. Mas depois vem o arrependimento. Muitos hoje estão arrependidos do desmate que fizeram; a falta de chuva e os rios secando tudo. Mas agora é tarde…” (João Grilo)



Roseli dos Santos da Costa também vive na comunidade quilombola de Buraquinhos (Foto: COMOVA)

Roseli trabalha com as coisas da roça e da casa, mantendo em seu quintal um pouquinho de tudo: uma horta, algumas galinhas e pés de Buriti. Com as folhas do Buriti, ela produz a esteira, artesanato típico da região. Sua pouca fala e olhar desconfiado dizem bastante sobre o ser mulher no seu tempo e no seu lugar, onde a força está nas ações, no dia-a dia da vida no Sertão.



Betinho Pereira de Morais é casado com Roseli e trabalha sazonalmente dirigindo trator na colheita do capim (Foto: COMOVA)

Betinho, como todo sertanejo, tenta complementar sua renda com o artesanato. Ele preenche garrafas de vidro com as diferentes colorações de argila e arenito que encontra nos paredões que margeiam o rio Pardo, ao longo do Vão dos Buracos.



Sebastião Rodrigues Pereira tem reconhecida habilidade como luthier, rabequeiro e violeiro da folia de reis (Foto: COMOVA)

Tião, como é conhecido entre os moradores da comunidade, é muito calado e fez uso de poucas palavras para contar que aprendeu com seu avô o ofício que hoje garante o seu sustento e a perpetuação desse saber em sua região.



Lorivania Rodrigues Teixeira (Dona Vani) dedica parte de seu dia para cuidar da sua horta orgânica (Foto: COMOVA)

Dona Vani, esposa de Sebastião, é presidente da associação de moradores da comunidade de Ribeirão de Areia. Possui uma horta orgânica farta em seu quintal e fornece alimentos para a escola de sua comunidade.



Valdenísia Pereira de Jesus moradora da comunidade de Traçadal, que fica perto de Januária-MG (Foto: COMOVA)

Dona Valdenísia é a representante do grupo de danças das mulheres na sua comunidade. Mais que isso, ela é agricultora e, como filha do sertão, D. Valdenísia fala de forma assertiva e sintética sobre a seca, a escassez de água e a dificuldade de produzir nos últimos anos. Sem enxergar possibilidades de mudança, não vê muita esperança no futuro.

“O pequi não dá há dois anos, a mandioca esse ano não conseguiram colher. Outro dia, fui lavar a roupa no rio e fiquei assustada com a pouca quantidade de água . Antigamente, a água vinha acima do peito, agora dela não passa da cintura. ” (Dona Valdenísia)



Laurimar de Jesus, o Bauzinho, esposo de D. Valdenísia e imperador da folia de reis na sua comunidade (Foto: COMOVA)

Bauzinho já foi presidente da Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas de Pandeiros (Coopae). Mais que isso, é poeta e cordelista. Escreve as músicas tradicionais da folia de reis e organiza o encontro de folias da região, que acontece anualmente no Refúgio Estadual de Vida Silvestre do Rio Pandeiros. Assim como sua companheira, lamenta as amarguras da seca, mas não deixa de comentar sobre os tempos de fartura e sobre a qualidade do pequi da sua comunidade.



José Gomes Lira (Seu Nego) mora na comunidade de Barra dos Mandins, em Januária-MG, e é conhecido pelo licor de jenipapo (Foto: André Dib/WWF-Brasil)

Seu Nego é extrativista e, com a ajuda dos netos coleta, processa e beneficia os frutos de Jenipapo para produção de seu delicioso licor. Além disso, ele extrai o vinho de Jatobá, valioso remédio na região. Pesquisador nativo do Cerrado, Seu Nego é praticamente um alquimista. Com muita propriedade, ele lança mão de termos técnicos para falar dos benefícios das plantas, das características medicinais e da qualidade de seus produtos.


Extrativismo sustentável

“Em nosso jardim há florestas e pausas.” (Grande Sertão: Veredas)

O beneficiamento de plantas nativas tão presente nas falas dos personagens é, desde os tempos imemoriais, remédio, cosmética e comida para as populações tradicionais. Com o manejo agroflorestal, os frutos são coletados e seu processamento é uma atividade desenvolvida de maneira artesanal. Jatobá, pequi, araçá, buriti são algumas espécies nativas do bioma que curam, alimentam e, principalmente, carregam consigo muitas histórias.

O extrativismo é uma prática sustentável tanto para a conservação da natureza quanto os povos que fazem das matas nativas suas casas e sabem como utilizar dos seus recursos, mantendo-as vivas e produtivas. Com profundo conhecimento sobre o uso sustentável, os extrativistas vêm transmitindo, aprimorando e lutando por gerações, pela manutenção desses saberes historicamente ameaçados e são hoje apontados como os guardiões das florestas.

Seu Nego explica o processo de extração do “vinho de jatobá”!

“Eu queria decifrar as coisas que são importantes. Queria entender do medo e da coragem, e da gã que empurra a gente para fazer tantos atos, dar corpo ao suceder.” (Grande Sertão: Veredas)

Nativa das florestas tropicais do continente americano, o jatobá do Cerrado chega a medir vinte metros . Conhecida também como jutaí, copal, jataí entre muitos apelidos de um nome que vem do tupi “vataiwa”, que significa fruto de casca dura. Muito utilizado na medicina popular, do jatobá não se desperdiça nada. Do seu tronco é extraída a seiva (Hymenaea courbaril), conhecida popularmente como “vinho de jatobá” e, tradicionalmente, é consumida pelo povo do Cerrado para dar vitalidade e energia corporal.

No sertão, por exemplo, é raro encontrar uma árvore de jatobá próxima a alguma comunidade que não esteja sendo manejada para a extração desse bálsamo, provavelmente o remédio tradicional mais utilizado por este povo tão sabido.



Ewtratistas coletam pequi para processar e beneficiar na CooPeruaçu (Foto: André Dib/WWF-Brasil)

Seja no núcleo da Chapada Gaúcha, de Pandeiros ou Peruaçu, o extrativismo divide espaço com a lavoura, a agrofloresta e com instrumentos para produção de cestarias e esteiras de folhas de buriti. É comum as comunidades terem uma casa de farinha de uso coletivo e um espaço para produzir melaço, rapadura e cachaça. Além dessas atividades, a expedição passou pelas Oleiras do Candeau, no município de Cônego Marinho (MG),uma pequena localidade onde a maioria das mulheres trabalha com o artesanato em barro. Lá elas têm um galpão onde realizam modelagem, tintura e queima das peças cerâmicas.

Nesse rincão do Brasil, milhares de pequenos agricultores aproveitam as cascas das árvores do Cerrado, a resina do tronco, frutos, folhas, sementes para complementar a renda familiar em um momento que a população local sofre com a seca e é vítima do desmatamento.


Sertão sem veredas


“Sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus, mesmo, se vier, que venha armado.” (Grande Sertão: Veredas)

O Cerrado já perdeu metade de sua vegetação original e, dos biomas brasileiros, este é o que registra o maior ritmo de desmatamento. O que quer dizer que, se esse ritmo for mantido até 2050, haverá o maior processo de extinção de espécies de plantas já registrado na história, com três vezes mais perdas de flora do que houve desde 1500, segundo a revista Nature Ecology and Evolution. Para se ter uma ideia, entre julho de 2013 e agosto de 2015, o Cerrado teve mais de três vezes o tamanho do Distrito Federal devastado (18.962,45 km²), segundo dados do Ministério do Meio Ambiente.

Da mesma forma, o Mosaico Sertão Veredas Peruaçu tem sofrido impactos do agronegócio. Um estudo do WWF-Brasil registra que 37% da região do Mosaico está ocupada pelos plantios de soja, capim, milho, eucalipto, produção de gado, ou seja, as paisagens descritas por Guimarães Rosa estão sendo duramente alteradas. Outro fator preocupante é o alto índice de queimadas que, somente em 2017, destruíram mais de 600 hectares na Área de Proteção Ambiental Cavernas do Peruaçu, deixando veredas em cinzas.



O cinegrafista Loic Wirth (COMOVA) registra os mais de 600 hectares de Veredas destruídas pelo fogo (Foto: COMOVA)

A degradação do bioma não significa apenas destruição das veredas, das árvores futíferas e extinção de espécies vegetais e animais pela fragmentação das áreas naturais, significa também aumento nas emissões de gases de efeito estufa do país, o exaurimento de um modelo produtivo insustentável e ameaças às comunidades tradicionais e indígenas associadas.

Não é apenas a população local a afetada pela destruição, mas o país como um todo. Nove em cada dez brasileiros consomem energia elétrica produzida com as águas do bioma. O problema do Cerrado é real e pode impactar a vida de todos os brasileiros.


WWF-Brasil pelo Sertão e pelas veredas


Diante a esse cenário, o WWF-Brasil acredita que é urgente buscar uma série de soluções que precisam ser adotadas por toda sociedade, pelos governos e setor privado. Ações como o uso de pastagens já degradadas, adoção da rastreabilidade das cadeias produtivas do agronegócio e acordos setoriais evitando o consumo de produtos advindos do desmatamento no Cerrado, monitoramento periódico do desmatamento ajudando no seu combate e fortalecimento de políticas para financiamento da recuperação de passivos ambientais em áreas privadas, conforme prevê o novo Código Florestal, são fundamentais. Por meio do Programa Cerrado Pantanal, a organização tem estabelecido parcerias e desenvolvido estratégias para que esses resultados sejam alcançados.

Em um contexto mais regional, desde 2010, a organização atua no Mosaico Sertão Veredas Peruaçu (MSVP), alavancando benefícios para o meio ambiente, as populações locais e espécies ameaçadas.

Três cooperativas agroextrativistas foram criadas e fortalecidas, mais de 2.200 famílias beneficiadas em cerca de 200 comunidades e mais de 500 toneladas de produtos agroextrativistas produzidos anualmente. Também apoiou a primeira fazenda da região a ser certificada pelo Programa Nacional de Boas Práticas Agropecuárias (BPA) da Embrapa, além de que contribuiu para o cadastramento de 10 mil propriedades no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e para a gestão das UCs do Mosaico, realizando capacitações dos gestores, disponibilizando ferramentas para o monitoramento da região e apoiando as reuniões dos Conselhos Consultivos do Parque Nacional Grande Sertão Veredas.

“Acreditamos que o extrativismo é imprescindível para manutenção da biodiversidade e da cultura tradicional dos povos que vivem neste bioma tão ameaçado. Com o incentivo à atividade, vimos o movimento de jovens, que tinham mudado para São Paulo, retornarem para suas terras, já que lá passa a oferecer perspectiva futura de trabalho e renda para a nova geração.” (Julio César Sampaio, coordenador do Programa Cerrado Pantanal, do WWF-Brasil)



Dona Lú mostrando o processo de extração do côco de babaçu (Foto: COMOVA)



João Grilo mostra semente de espécie nativa do Cerrado (Foto: COMOVA)



Árvore de Jatobá no quintal da casa de João Grilo (Foto: COMOVA)

Com a criação e o fortalecimento da Cooperativa Regional de Produtores Agrissilviextrativistas Sertão Veredas, na Chapada Gaúcha, da Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas de Pandeiros (Coopae), no núcleo Pandeiros, e da Cooperativa dos Agricultores Familiares e Agroextrativistas do Vale do Peruaçu (Cooperuaçu), no Peruaçu, já foi possível alavancar muitos resultados na produção sustentável e comercialização dos frutos do Cerrado e derivados - doces, farofa, óleo - regionalmente em Januária e Montes Claros, como também nacionalmente, casos de Belo Horizonte, Brasília e no Mercado de Pinheiros, em São Paulo, no box dos biomas. Iniciativa que conta com a parceria da Central do Cerrado, Instituto Atá, do chef Alex Atala, e da Prefeitura de São Paulo. Outro destaque são é o sucesso de quatro remessas do pequi ao Japão.

Isso só está sendo possível com as importantes vitórias dos últimos tempos, como a construção de uma sede e de unidades de beneficiamento de frutos nativos, graças ao apoio do WWF-Brasil, e até a compra de um caminhão. Uma outra conquista é a associação de expressivo número de mulheres, de indígenas Xacriabás e quilombolas .



Mulheres cooperadas da CooPeruaçu beneficiam diversos frutos nativos do Cerrado (Foto: André Dib/WWF-Brasil)



Variedade de produtos beneficiados pela Coop. Sertão Veredas (Foto: COMOVA)



Polpa de pequi separada para ser processada e transportada para a Central do Cerrado (Foto: COMOVA)


De onde viemos, para onde vamos, quem somos



Céu estrelado do Sertão (Foto: COMOVA)

Nesse cenário, palco do Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa visualizou a marcante simbiose do povo brasileiro, onde as influências se encontram e se recriam, costumes e tradições de variadas fontes culturais são impressas nos hábitos alimentares, no artesanato, nas crenças e nas festas populares. São estas referências que permitem entender o encontro desses diferentes povos, e a gênese do Brasil.

A presença dessa cultura está nos pequenos detalhes da vida cotidiana dos povos e comunidades que hoje vivem, criam e celebram a vida no Grande Sertão.

“Toda vez que a gente quer alguma coisa, e não sabe o quê, então é porque a gente está é com sede dum bom copo d’água, ou carecendo de ouvir música tocada.” (Grande Sertão: Veredas)



Interior uma casa do Sertão (Foto: Débora Herszenhut)

A festa católica chamada de folia de reis é um marco na tradição cultural do sertão. Ela acontece entre os dias 25 de dezembro e seis de janeiro, celebrando a visita dos os três reis magos Melchior, Baltasar e Gaspar ao menino Jesus. É no período natalino que se ouve o som de caixa, pandeiro, violão, cavaquinho, rabeca, rapa-pau e tantos outros instrumentos que acompanham o coro dos foliões nos rituais de saudação da lapinha - o presépio com o menino Jesus.

Na folia, um cortejo formado por cantadores, instrumentistas, reis e palhaços, caminha em festa até a casa do chamado do ‘’imperador’’, que receberá a benção da folia e organizará a festa em homenagem aos reis. Muitas vezes a folia vem acompanhada de um grupo de mulheres que entoam cantos e danças.

Típico das manifestações da cultura popular brasileira, os fazedores dessa arte nunca sabem ao certo como explicar de onde vieram e como foram criadas as danças e cantos que executam, o que sabem apenas é que esses são momentos de intensa felicidade e realização individual e coletiva, o bastante para que sigam realizando suas festas e recriando suas tradições através das gerações.


Expressão cultural do Sertão


Ficha Técnica

Realização WWF-Brasil

Maurício Voivodic Diretor executivo

Julio César Sampaio Coordenador do Programa Cerrado Pantanal

Kolbe Soares Analista de Conservação do Programa Cerrado Pantanal

Letícia Campos Comunicação do Programa Cerrado Pantanal / Produção e texto

Produção COMOVA

Gustavo Amora Produção Executiva

Debora Herszenhut Pesquisa e texto

Carolina Nogueira e David Alves Matos Revisão de texto

Bruna Daibert Ilustrações

Matheus Caetano Edição de vídeos

Cacai Nunes Trilha Sonora

Equipe de Vídeo: Loic Wirth (Dir. Fotografia), Amandine Goiaboult (Som), Debora Herszenhut (Ass. Direção), David Alves (Ass. Fotografia), Arcanjo Daniel (Ass. Produção), Gustavo Amora e Sílvio Cohen (Produção Executiva do projeto).

Fotos: André Dib/WWF-Brasil; Bento Viana/WWF-Brasil; Debora Herszenhut/COMOVA; Pedrinho Fonseca.

Agradecimentos: Comunidades, cooperativas e instituições parceiras do Mosaico Sertão Veredas Peruaçu

 

Texto extraído de: https://medium.com/@comunicacao_95799/grande-sert%C3%A3o-6a58c67184d3
Fonte Imagem: https://medium.com/@comunicacao_95799/grande-sert%C3%A3o-6a58c67184d3


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