Este primeiro
Dicionário da Religiosidade Popular tem todas as características de um
‘abecedário’, no seu sentido humanista. Desde o fim da Idade Média, o Humanismo
se distingue pela maneira aberta e tolerante de pesquisar, pensar e explicar.
Durante quarenta anos, o autor reuniu e organizou em verbetes uma grande
variedade de informações sobre a vida e a experiência religiosa do povo
brasileiro. Buscou a coerência de suas culturas e não tanto a lógica total e
racionalista. Tanto recorreu às ciências e às artes, quanto procurou estar
presente lá onde as coisas acontecem. Pesquisou também arquivos, no Brasil e em
Portugal. Na análise da relação entre cultura e religião, alguns temas são
constantes: as raízes indígenas; a memória da escravidão e da mãe África; a
forte influência lusa; a brasilidade mestiça; a dialética entre o oficial e o
popular, hoje e no passado; migração e urbanização; a situação socioeconômica;
a mídia; a união na diversidade; a comunidade de base; instituições religiosas
e a fé viva do povo. Assim, à diferença de outros, este não é um dicionário de
folclore no sentido que não enfoca apenas o tradicional, mas a múltipla
experiência religiosa do povo brasileiro no passado e no presente.
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