Entre as obras
de viajantes estrangeiros que percorreram o Brasil colonial, o livro deixado
por Spix e Martius goza de reputação especial em face de seus atributos como
narrativa de viagem, como inventário científico da Natureza local e como
depoimento fiel, colorido e vivo, sobre o homem da época e sua complexa
atividade social, econômica, cultural e política. Trata-se, pois, de uma das
maiores contribuições ao conhecimento do Brasil dos princípios do séc. XIX, com
os valores culturais do séc. XVIII e já às vésperas da Independência. Na
viagem, que durou três anos e meio, o botânico Martius e o zoólogo Spix, não
obstante sua missão estritamente científica, deixaram-se fascinar pela
sociedade brasileira, na sua aventura de criar uma nação nos trópicos baseada
na multiplicidade de raças e na tolerância cultural de suas correntes
tributárias. É importante salientar a contribuição iconográfica dos autores,
com desenhos originais de situações, paisagens, elementos humanos, que elucidam
passagens do texto, assim como peças musicais recolhidas entre os indígenas,
principalmente indígenas remadores da Amazônia. Por tudo isso, Viagem pelo
Brasil é considerado leitura obrigatória para quem pretende conhecer o Brasil.
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